JOHANNA NUBLAT
DE BRASÍLIA
08/05/2013 – 19h40 – Atualizado às 22h06
SELEÇÃO DE EMBRIÕES

Outra novidade com relação à atual regra –publicada em 2011– regula uma situação cada vez mais frequente: a seleção de embriões compatíveis com um filho mais velho e doente para que as células-tronco ou os órgãos do bebê ajudem no tratamento.
A posição foi elogiada por Ciro Martinhago, médico responsável pela seleção do embrião que se transformou na pequena Maria Clara, de um ano. Em março, a menina doou células-tronco para a irmã, que nasceu com uma doença hereditária.
“Tenho uns cinco casos de [seleção de embriões para transplante] para aplasia medular. A criança corre contra o tempo.”
José Roberto Goldim, chefe do serviço de bioética do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, afirma que é preciso tratar esses casos como excepcionalidades.
A resolução ainda permite que, se os pais desejarem, embriões congelados por mais de cinco anos podem ser descartados. Há outras soluções –a doação para outros casais , para pesquisa ou a guarda até que seja de interesse dos pais.
Arnaldo Cambiaghi, diretor do Instituto Paulista de Ginecologia e Obstetrícia, criticou a possibilidade de descarte, mesmo diante dos custos de manter um embrião congelado. “A vida já existe com o embrião.” Para Martinhago, o casal deve ter o direito de decidir sobre isso.