Carreira profissional para ser cuidada, namorado/noivo que não aparece, vida de solteira ativa e interessante. Várias razões levam as mulheres a não pensar em ter filhos antes dos 30 ou 40 anos, mas a natureza é implacável: cosméticos e malhação ajudam muito a manter uma aparência jovem, mas não ‘maquiam’ a idade dos óvulos.
Óvulos de qualidade duvidosa estão relacionados, em 80 a 92% das ocorrências, com acidentes cromossômicos que geram bebês com Síndrome de Down – entre outros problemas genéticos. A chances de uma mulher com 35 anos ter um filho com SD são de 1/275. Aos 40, a possibilidade é de 1/100 e aos 45 de 1/25. Mas o problema pode acontecer em mulheres mais jovens, com menos de 35 anos.
“Conforme a idade, a alteração nos embriões e nos abortos aumenta muito – estes acontecem também devido a problemas cromossômicos não compatíveis com a vida”, explica o Prof. Dr. Ciro Martinhago, especialista em Genética Reprodutiva. Segundo Martinhago, as ocorrências de Síndrome de Down hoje são classificadas em:
- Mulheres com mais de 35 anos (80 a 92% dos casos)
- Predisposição genética – parente de 1º grau com SD (4 a 7 % dos casos)
- Acidentes cromossômicos que requerem estudo (em torno de 1%)
- Importante: 80% das crianças com Síndrome de Down são de mães jovens, abaixo dos 35 anos.
Independentemente da faixa etária, as mulheres podem programar sua gravidez de forma eficaz com recursos já disponíveis:
1) Aconselhamento genético: uma consulta com um Geneticista Clínico pode ajudar e muito no planejamento da gravidez, especialmente se houver casos de SD na família, fatores étnicos que predispõe a doenças genéticas importantes (Doença de Tay-Sachs ou Anemia Falciforme), problemas de desenvolvimento ou malformações genéticas ocorridas na família de um dos parceiros, parentesco de primeiro ou segundo grau entre os parceiros… entre outras razões. (veja lista completa no link: Aconselhamento Genético, ou nada.
2) Congelamento de óvulos: recurso ainda caro, mas interessante, e já bastante usado por muitas mulheres. Basta ir a uma clínica (ou laboratório) de reprodução assistida, onde os óvulos serão preservados. Uma forma de engravidar aos 40 com óvulos de 25 anos.
3) Diagnóstico pré-implantacional: também depende de recursos da reprodução assistida. Depois de formados os embriões, é retirada uma célula para rastrear doenças genéticas e sexo do embrião, além de outras características genéticas que possam ser importantes para a futura gravidez. O Dr. Ciro Martinhago fez a seleção genética do embrião que gerou Maria Clara, que no dia 19 de abril doou células tronco para salvar a irmãzinha, Maria Vitória, portadora de talassemia. (veja reportagem da Folha de São Paulo: Bebê gerada após seleção genética doa medula a irmã )
4) Diagnóstico genético pré-natal: a partir da 5ª semana de gravidez aparecem fragmentos de DNA do feto no sangue da futura mãe. Com um sequenciador de última geração, é possível identificar e mapear o genoma do feto para detectar desordens cromossômicas, como a Síndrome de Down, e diversas outras doenças genéticas. Esta é uma revolução na medicina da reprodução humana, pois o diagnóstico é preciso (99,99999…%) e o exame é não invasivo – nenhum risco para o feto. Para muitos casais essas informações são de extrema importância e, com o apropriado suporte clínico, fazem a diferença para uma gravidez emocionalmente bem sucedida.
5) Bebês sob medida – O mais recente recurso genético para a programação de uma gravidez saudável e segura. Um teste, considerado a nova geração de testes genéticos (NTG), é um recurso rápido, seguro e preciso da moderna genômica, que permite selecionar os embriões os embriões mais saudáveis para a implantação. O primeiro bebê genomicamente selecionado nasceu nos Estados Unidos em maio. O primeiro bebê brasileiro, cujo embrião foi selecionado pelo Dr. Ciro Martinhago, diretor da Clínica Ciro Martinhago Medicina Genômica, está a caminho.
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