9 de maio, 2014 – Pesquisadores descobrem o gene que pode melhorar as habilidades cognitivas

Cientistas demonstraram que o gene da longevidade, KLOTHO, pode melhorar o pensamento, o aprendizado e a memória.

Cientistas demonstraram que o gene da longevidade, KLOTHO, pode melhorar o pensamento, o aprendizado e a memória.

Cientistas demonstraram que o gene da longevidade, KLOTHO, pode melhorar o pensamento, o aprendizado e a memória.
Cientistas demonstraram que pessoas que tem uma variante do gene da longevidade, chamado KLOTHO, melhoraram suas habilidades cerebrais como pensar, aprender e memorizar, independemente de sua idade, sexo, ou mesmo se tiverem um fator genético de risco para doença de Alzheimer. Aumentando os níveis de genes KLOTHO em camundongos fez com que eles ficassem mais inteligentes, possivelmente devido ao aumento na força das conexões entre as células nervosas no cérebro. O estudo foi parcialmente financiado pelo Instituto Nacional de Saúde, nos EUA..
“Este pode ser um grande passo para ajudar milhões de pessoas em todo o mundo que estão sofrendo da doença de Alzheimer e outras doenças”, disse Dena Dubal, médico e PhD, professor assistente de neurologia na UCLA (Univervidade da Califórnia, São Francisco), e autor líder do estudo publidado na revista Cell Reports. “Se pudermos melhorar a habilidade do cérebro para funcionar, estaremos aptos para combater outras demências”.
Os efeitos do envelhecimento no cérebro vão se tornar um grande problema de saúde pública, uma vez que as pessoas estão vivendo mais. Esta é a verdade especialmente para demências, uma coleção de desordens cerebrais que pode causar problemas de memória, problemas com a fala e outros sintomas. Com o número de casos de demência estimado para ser o dobro, a cada 20 anos, teríamos de 35.6 milhões de casos em 2010 para 65,7 milhões em 2030 e 115,4 milhões de pessoas dementes em 2050, a necessidade de tratamento é crescente.
Klotho é o nome da deusa do destino na mitologia grega – “que gira o fio da vida”. Pessoas com uma cópia de uma variante, ou forma, do gene KLOTHO, chamada KL-VS, tendem a ter uma vida mais longa e menores chances de sofrer um acidente vascular cerebral, enquanto que aquelas que tem duas cópias do KL-VS podem viver menos e tem um alto risco de AVC. Neste estudo, os investigadores encontraram que pessoas que tem uma cópia da variante KL-VS tem melhor performance na bateria de testes cognitivos do que as pessoas que não tem uma cópia da variante, independentemente da idade, sexo ou da presença do gene Apolipoprotein 4, maior risco genético de doença de Alzheimer.
“Este estudo mostra a importância dos genes que regulam os múltiplos processos de envelhecimento envolvidos na manutenção da função cognitiva”, disse Suzana Petanceska, PhD. “Compreender os fatores que controlam os níveis e a atividade do KLOTHO nos vários sistemas orgânicos pode abrir novos caminhos terapêuticos para a prevenção das doenças relacionadas ao envelhecimento”.
Os pesquisadores testaram uma variedade de habilidades cognitivas, incluindo aprendizado, memória e atenção. Mais de 700 individuos, de 52 a 85 anos de idade, foram testados como parte dos três estudos. Nenhum tinha sinal de demência. De acordo com estudos prévios, 20 a 25% dos estudados tinham uma cópia da variante genética KL-VS e tiveram melhor performance do que aqueles que não tinham cópias. A performance nos testes diminuiu com a idade tivessem os indíviduos uma ou nenhuma cópia da variante KL-VS.
O gene KLOTHO fornece o modelo para uma proteína produzida primeiramente pelas células do rim, placenta, intestino delgado e próstata. Uma versão abreviada da proteína pode circular no sistema sanguíneo. Exames de sangue mostraram que os indivíduos que tinham uma cópia da variante KL-VS também tinham níveis mais elevados de proteína Klotho na circulação. Os níveis diminuíram com a idade, a exemplo do que já fora observado. Os pesquisadores especulam que a diminuição relacionada à idade nos níveis de proteína Klotho na circulação pode ter causado parte do declínio no desempenho nos testes cognitivos.
“Estes resultados surpreendentes pavimentam um novo e promissor caminho de pesquisa”, disse Roderick Corriveau, PhD, diretor do Instituto Nacional de Desordens Neurológicas e AVC. “Contudo, preliminarmente, eles sugerem que uma dorma de KLOTHO poderia ser usada para melhorar a cognição de pessoas que sofrem de demência”.
Para testar esta ideia, os pesquisadores produziram camundongos por engenharia genética para fazer uma super produção da proteína klotho. Os camundongos com klothos aumentados viveram mais e tiveram maior nível de klothos no sangue e na região do cérebro conhecida como hipocampo, que controla alguns tipos de aprendizado e memória. De forma similar ao estudo feito com humanos, os camundongos klotho-aumentados desempenharam melhor em vários testes de aprendizado e memória, independentemente da idade. Em um dos testes, os camundongos lembraram melhor o local de um alvo escondido no labirinto, o que lhes permitiu encontrar o alvo duas vezes mais rápido que os camundongos-controle.
Sabe-se que o aprendizado reforça a comunicação entre as células nervosas no cérebro com estruturas chamadas sinapses. No hipocampo, várias sinapses usam uma substância química chamada glutamato para a comunicação. Registros elétricos sugeriram que as proteínas klotho fortalecem estas sinapses durante o aprendizado e a memória.
Os receptores NMDA controlam a comunicação em diversas sinapses de glutamato. Sub unidades de GluN2B são componentes de alguns receptores de NMDA. Estudos anteriores demonstraram que a presença de GluN2B nas sinapses está associada a mudanças na força sináptica de aprendizagem e memória. Neste estudo, os pesquisadores descobriram que as sinapses no cérebro de camundongos com klotho-reforçada teve mais subunidades GluN2B do que os ratos do grupo controle. Tratando os camundongos-klotho com uma droga que seletivamente bloqueia o conteúdo GluN2B nos receptores de NMDA reduziu a habilidade de executar os testes de memória e aprendizado. Os resultados sugerem que o aumento da presença de GluN2B contendo receptores
“De forma geral os resultados sugerem que a proteína klotho pode aumentar as reservas cognitivas ou a capacidade do cérebro de executar tarefas intelectuais cotidianas”, disse o autor líder do estudo Dr. Lennart Mucke, diretor to Instituto Gladstone de Doenças Neurológicas, de São Francisco, Califórnia.
“Life extension factor klotho enhances cognition,” Cell Reports, May 8, 2014. DOI: 10.1016/j.celrep.2014.03.076
Fonte: http://www.ninds.nih.gov/news_and_events/news_articles/pressrelease_KLOTHO_05092014.htm#!prettyPhoto