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Os filhos de pais que estão mais remotamente relacionados tendem a ser mais altos e mais inteligentes do que seus pares, de acordo com um dos maiores estudos sobre diversidade genética realizados até a presente data.
O estudo sugere que a altura e a inteligência de uma criança podem ser maiores na medida que cresce o número de uniões entre pessoas de regiões mais distantes no mundo.
O estudo observou o perfil genético e a saúde de mais de 350 mil pessoas de cerca de 100 comunidades em quatro continentes.
Os pesquisadores descobriram que quanto mais distantes são os pais mais alto o indivíduo tende a ser e maior sua capacidade de resolver testes cognitivos, bem como os seus níveis de escolaridade. No entanto, o estudo não encontrou nenhuma ligação entre diversidade genética e pressão arterial alta ou níveis de colesterol, como havia sido sido sugerido anteriormente.
Nathan Richardson, diretor de medicina molecular e celular no Medical Research Council (Escócia), que financiou o estudo, disse: “A maioria das pessoas acreditariam que um padrão genético diversificado é uma coisa boa, mas a descoberta de que a altura está associada à essa diversidade não tinha sido previsto. ”
Dr Peter Joshi, da Universidade de Edimburgo (Escócia) e um co-autor do estudo, disse: “Nossa pesquisa responde a perguntas colocadas primeiramente por Darwin sobre os benefícios da diversidade genética. Nosso próximo passo será o de aprimorar conhecimento sobre quais partes específicas do genoma que mais  se beneficiam da diversidade.
O estudo, publicado na revista Nature, usou dados genéticos para procurar instâncias de quando as pessoas tinham herdado cópias idênticas de genes do pai e da mãe – um indicador de que seus antepassados ​​foram relacionados. Em seguida, comparou estas medidas de parentesco com até 16 traços biomédicas.
Apenas quatro traços – altura, capacidade pulmonar, habilidade cognitiva geral e nível de instrução – foram correlacionados com a diversidade genética.
Jim Wilson, especialista em População e Doença Genética na Universidade de Edimburgo, e um dos autores do estudo, disse que os resultados sugerem que o “outbreeding” (nascimentos de pais distantes geneticamente) teria vantagens sobre o curso da evolução humana.
“Um homem pré-histórico mais inteligente teria uma maior vantagem de sobrevivência, e podemos, naturalmente, imaginar circunstâncias em que o quanto mais alto você, melhores são as suas chances de sobreviver”, disse ele.
Estes resultados também podem de alguma forma explicar o ‘Flynn Effect’ – o aumento da inteligência de uma geração para a próxima primeiramente documentado no século 20.
Enquanto fatores socioeconômicos, tais como aumento da escolaridade e melhor nutrição são geralmente vistos como principais impulsionadores, o aumento da diversidade genética também poderia desempenhar um papel pequeno. “Os aumentos de inteligência [do Efeito Flynn] são grandes demais para serem explicados por estes resultados somente, mas podem ser um contribuinte”, disse ele.
O estudo está publicado na revista Nature
Fonte: The Guardian