Veículo: : Portal IG | |
Data: 16 de outubro de 2015 | Estado: SP |
Assunto: Câncer de mama | |
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“Tenha fé e não deixe a doença te ter”, aconselha Paula, que tem um blog e ajuda mulheres diagnosticadas recentemente
Paula Dultra tinha 30 anos quando resolveu fazer um autoexame nas mamas e viu que havia algo diferente. Nessa idade, o câncer de mama é incomum e improvável, mas seu corpo desafiou as estatísticas e, depois de uma ultrassonografia, o diagnóstico veio: era câncer.
Ela, então, teve de passar por uma cirurgia, fazer radioterapia e quimioterapia. “Comecei a perder os cabelos a partir da segunda sessão de quimioterapia. Minha maior preocupação era em me tratar e ficar curada”, conta ela, quato anos depois do diagnóstico.
“Como enfrento a doença de forma muito positiva, diferente do comum, escrevo um blog sobre o assunto, converso com pessoas do Brasil todo e faço palestra”
Ajuda da família e dos amigos
“Tive fé, ajuda da família e dos amigos, além de informação sobre meu caso. Não tinha porque me abater”, diz ela, que conta que usou a vaidade e o gosto pela maquiagem como artifício para passar por esse momento difícil.
O tratamento de Paula durou oito meses. A rotina de exames era tranquila. “No começo, fiz uma ressonância e, depois da quimioterapia, fiz outra. No mais, só exames de sangue de rotina”, detalha.
Ela não precisou passar por mastectomia. A cirurgia feita para extrair o câncer foi a quadrantectomia com simetria das mamas, que remove apenas o tecido afetado e um pouco do tecido saudável ao lado para evitar que o câncer retorne.
A maior dificuldade que Paula relata que teve na época foi a chatice de ter de esperar as consultas, ir a diversos médicos e fazer exames.
Mais forte
“Como enfrentei a doença de forma muito positiva, diferente do comum, escrevo um blog sobre o assunto, converso com pessoas do Brasil todo e faço palestra”, diz a publicitária de formação, que descobriu uma nova função após o diagnóstico.
“Quis pegar essa experiência e a forma positiva como encarei para passar adiante. Psicologicamente falando, como sempre tive uma autoestima elevada, me sinto mais forte para enfrentar as coisas da vida e ajudar as pessoas”, aconselha.
“Tenha fé e não deixe a doença te ter. A ideia é ficar curada ou conviver com a doença, dependendo do caso. Então, tente fazer isso da melhor forma possível”
Receber a notícias de que está com câncer, no entanto, não é fácil. Paula aconselha: “Respirem. É a primeira coisa. A medicina hoje em dia está muito avançada e consegue combater de forma excelente os casos mais difíceis da doença”, diz. “Tenha fé e não deixe a doença te ter. A ideia é ficar curada ou conviver com a doença, dependendo do caso. Então, tente fazer isso da melhor forma possível”.
Hoje, depois do fim do tratamento, Paula, que está com 35 anos, leva uma vida normal e vai ao médico de seis em seis meses.
Teste de saliva identifica tendência hereditária a ter câncer de mama
O geneticista Ciro Martinhago explica que 95% dos cânceres de mama não causados por fatores genéticos ambientais. Cerca de 5%, no entanto, é hereditário. Nesses casos, é possível fazer um exame para encontrar uma anomalia no DNA e detectar o risco alto de desenvolver o câncer muito antes do aparecimento. Esse teste genético, atualmente, foi simplificado e é feito por meio da saliva.
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Informação que você não quer ouvir
“A tendência dos testes genéticos atualmente é serem cada vez mais não invasivos”, explica Martinhago.
Não é qualquer um que deseja saber se tem risco de ter um câncer de mama por herança familiar que pode fazer o teste genético. “É importante que o paciente passe por um aconselhamento genético antes de qualquer teste”.
Isso vale para ver se a pessoa realmente precisa fazer o teste. Mulheres que não tiveram familiares com câncer de mama bilateral antes dos 45 anos, não são elegíveis para o exame genético.
O mesmo vale para aquelas que podem ter tendência hereditária para o câncer. “Se vai saber se é hereditário só por saber, então, vai te trazer uma informação que você não quer ouvir”, diz o médico, ressaltando a importância do aconselhamento, que direciona para as opções que a pessoa tem caso seja diagnosticada com um gene com a mutação para o câncer.
“Tive fé, ajuda da família e amigos, além de informação sobre meu caso. Não tinha porque me abater”, diz Paula