Cinco novas regiões genéticas que aumentam o risco das mulheres de desenvolverem câncer do endométrio foram identificadas. Isso leva o número de regiões conhecidas de genes – também conhecido como ‘loci’ – a nove, o que deve melhorar a compreensão dos cientistas sobre o que causa a doença e a melhor forma de tratá-la.
O estudo, publicado na revista Nature Genetics, envolveu uma colaboração internacional entre cientistas das universidades de Cambridge e de Oxford, bem como o Instituto de Pesquisa Médica QIMR Berghofer, na Austrália.
Pesquisas anteriores haviam identificado quatro regiões do genoma em que variantes genéticas comuns aumentavam o risco de desenvolver câncer endometrial, mas este estudo – baseado em uma vasta quantidade de dados genéticos – encontrou mais cinco.
Melhores diagnósticos e terapias
Os pesquisadores conduziram uma grande meta-análise de três estudos de câncer endometrial associados ao genoma, envolvendo 7.737 pacientes de câncer e 37.144 controles. Analisando os dados, eles identificaram os cinco novos ‘loci’ de risco associados a variações genéticas que fazem o câncer endometrial ter maior probabilidade de ocorrer. Estas regiões genéticas já foram associadas no passado a outros tipos de câncer, como os de ovário e de próstata.
A descoberta pode ajudar os médicos a melhor identificar e monitorar pacientes que tem maior risco de câncer endometrial – o quarto câncer mais diagnosticado em mulheres no Reino Unido. A doença desenvolve-se como resultado de uma mistura de fatores genéticos e ambientais, que ainda não é bem compreendida.
“O estudo é relevante para mulheres que tenham um histórico de câncer de útero na família. Significa que elas podem ser monitoradas mais de perto para que possam ser diagnosticadas o mais cedo possível, o que aumenta grandemente as chances de sobrevivência”, explicou a dra. Emma Smith do Cancer Research UK.
“Embora cada variante individual só aumente o risco em cerca de 10-15%, o valor real será em olhar para o número total de tais variantes herdadas por uma mulher, junto com seus outros fatores de risco, a fim de identificar aquelas com maior risco de desenvolver o câncer endometrial” , acrescenta o Dr. Deborah Thompson, da Universidade de Cambridge.
Tratamentos objetivos
Sabendo-se quais regiões genéticas estão envolvidas no desenvolvimento de um câncer também leva, a longo prazo, ao progresso na pesquisa de tratamentos pela identificação potencial de drogas objetivas.
“À medida que desenvolvemos uma visão mais abrangente dos fatores de risco genéticos para o câncer de endométrio, podemos começar a trabalhar nos genes que podem ser alvo de novos tratamentos especificamente”, diz a professora associada Amanda Spurdle, do QIMR Berghofer. “Em particular, podemos começar a saber se há drogas que já estão aprovadas e disponíveis para uso que possam ser usadas para atingir esses genes. ”
Esta opinião é compartilhada por Smith, que concluiu: “Muitos tratamentos de câncer vêm de compreender os mecanismos biológicos por trás da doença. Esta descoberta é uma primeira pista interessante para entender as variantes genéticas envolvidas no desenvolvimento de câncer de útero e que drogas podemos usar”.
Fonte: http://www.ibtimes.co.uk/five-new-gene-regions-increase-risk-endometrial-cancer-1559107