Veículo: Portal da Revista Crescer
Data: 26 de agosto de 2016
Assunto: Teste do Zika em Clínicas de Fertilização
Link: http://revistacrescer.globo.com/Zika/noticia/2016/08/reproducao-assistida-depois-do-zika-o-que-mudou.html
Reprodução assistida depois do zika: o que mudou
Clínicas de reprodução humana devem testar doadores de esperma e de óvulo para detecção do vírus
Por Maria Clara Vieira – atualizada em 26/08/2016 16h31
Até pouco tempo atrás, os doadores de banco de sêmen e de óvulos passavam por triagem laboratorial para identificar sífilis, HIV, HTLV e hepatite B e C. Mas, agora, desde que o zika se espalhou pelo Brasil, a presença desse vírus também precisa ser averiguada. Caso o teste dê positivo, a pessoa fica temporariamente impossibilitada de doar.
A regra passou a valer em 22 de março deste ano, por decisão a Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A instituição determinou que as clínicas de reprodução humana assistida têm a obrigação de realizar o exame de sangue (IgM) com os doadores, para detectar a presença de anticorpos contra o vírus zika.
Caso esse exame seja inconclusivo para os pacientes homens, o sêmen dele deve ser testado, para obtenção de um diagnóstico de biologia molecular.
Esse diagnóstico pode ser feito por meio da técnica de PCR em tempo real. “O PCR com o sêmen é capaz de detectar cargas virais muito pequenas.
Esse teste tem grande precisão e o resultado é obtido no máximo em 72 horas”, explica o médico geneticista Ciro Martinhago, diretor do laboratório Clínica Ciro Martinhago, o primeiro no Brasil a disponibilizar a tecnologia.
O PCR em tempo real pode ser utilizado não só pelos doadores, mas também por casais que procuram o serviço de reprodução assistida e não sabem se estão infectados pelo vírus – já que em 80% dos casos não há sintomas.
“A detecção do zika no espermatozoide é importante porque se o homem estiver infectado ele pode continuar contaminando a parceira até dois meses depois, sem nem perceber”, ressalta Martinhago.