Esses exames trazem informações úteis, mas flagrar uma alteração problemática no DNA — que pode ser compartilhada pela família — não raro abala a cabeça

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É importante buscar aconselhamento para que o teste genético não vire um telefone sem fio entre a família (Ilustração: Nik Neves)

Os exames que inspecionam os genes se disseminaram pela medicina e revolucionaram a forma de detectar, tratar e até evitar várias doenças. “A questão é que essas avaliações, se mal interpretadas, soam como uma condenação”, pondera o geneticista Ciro Martinhago, da Clínica Ciro Martinhago Medicina Genômica, em São Paulo.
É como se o laudo sentenciasse a pessoa — e seus parentes — a uma vida sem bem-estar. “E, na verdade, a ideia é o oposto disso. Quando bem prescrito, o teste oferece um parecer capaz de mudar para melhor a vida da família, já que o conhecimento de uma mutação estimula medidas que impedem a instalação da doença em si”, diz Martinhago.
Além de ter isso em mente, vale ler o resultado do exame na presença de um expert apto a explicar seu significado. Assim você não se desespera nem espalha uma notícia equivocada aos seus entes queridos.

Como informar os familiares sobre uma herança genética desfavorável

Discuta os riscos reais com um profissional: há um nome para esse bate-papo: aconselhamento genético. Tire todas as dúvidas antes de falar com os parentes. Se houver algum panfleto ou outro material de apoio, pegue-o para usar de referência.
Você pode pedir para o médico mediar a conversa: não importa se por carta, telefone ou ao vivo. Em situações mais complicadas, esse contato dá segurança aos envolvidos.
Combata a própria relutância: não é obrigatório revelar uma alteração no DNA entre quem possui laços sanguíneos. Mas se recusar a abrir o jogo às vezes coloca a saúde de gente próxima em risco. Lembre-se: ninguém é culpado de carregar uma herança qualquer.