Câncer de testículo é o mais comum entre os jovens. A pesquisa foi financiada pela Movember Foundation, uma instituição de caridade cujo objetivo é o de reduzir mortes prematuras de homens. Foto: Hill & Knowlton/PA

Câncer de testículo é o mais comum entre os jovens. A pesquisa foi financiada pela Movember Foundation, uma instituição de caridade cujo objetivo é o de reduzir mortes prematuras de homens. Foto: Hill & Knowlton/PA

A descoberta de 19 novos genes poderá permitir aos médicos detectar 1% dos homens mais expostos ao risco de câncer, permitindo um monitoramento mais próximo ou um tratamento preventivo

Pesquisadores acreditam que podem identificar os 1% dos homens que correm maior risco de câncer testicular depois de descobrirem um novo grupo de genes ligados à doença.
Fazer o sequenciamento destes 19 novos genes, juntamente com 25 já conhecidos, permitirá aos médicos detectar aqueles que são 14 vezes mais propensos do que o normal a desenvolver o câncer, disseram os cientistas.
O Câncer de Testículo é o mais comum entre homens jovens – e embora a quimioterapia de platina seja geralmente bem sucedida, alguns homens não respondem a esse tratamento. Em 2014, no Reino Unido, foram diagnosticados 2.400 tumores testiculares e registram-se 60 mortes por conta da doença.
A descoberta de novos genes de risco, publicada na revista Nature Genetics,  aumenta a perspectiva de testar homens para descobrir quem pode se beneficiar de um monitoramento mais próximo ou de um tratamento preventivo. Por exemplo, homens que têm um risco geneticamente alto podem ter biópsias para procurar células cancerosas em seus testículos que podem continuar a formar doenças invasivas mais tarde na vida.
Cientistas liderados por Clare Turnbull do Institute of Cancer Research (ICR), em Londres, compararam o DNA de mais de 7 mil homens, portadores de câncer de testículo, com o DNA de 23 mil homens saudáveis. Dos 19 novos genes de risco que o estudo descobriu, muitos afetam a forma como os cromossomos – as fitas de material genético enroladas nas células – são mantidos estáveis dentro do corpo.
“Além de identificar os homens com maior risco de câncer testicular, nosso novo estudo também analisa a biologia da doença, no que impulsiona as células a tornarem-se cancerosas “, disse Paul Workman do ICR. “Isso deve restringir a busca de alvos terapêuticos e ajudar os pesquisadores a criar novos tratamentos para os homens que não respondem à quimioterapia de platina”.
Os homens que herdam todos os 44 genes de risco conhecidos para o câncer testicular têm uma probabilidade de 7% de desenvolver a doença em algum momento de sua vida, em comparação com apenas 0,5% da população masculina em geral.
O trabalho foi financiado pela Fundação Movember, uma instituição de caridade de saúde masculina que visa reduzir as mortes prematuras nos homens em um quarto até 2030. “Uma parte fundamental da nossa campanha é fazer com que os jovens percebam que as coisas podem dar errado com suas “bolas” “, disse Paul Mitcheson da fundação.
Fonte: The Guardian
Leia o artigo publicado na Nature Genetics – Identification of 19 new risk loci and potentiaregulatory mechanisms influencing susceptibility to testicular germ cell tumor