Pesquisadores da Universidade de Osaka estudaram uma família na qual 9 dos 26 membros eram positivos para MCKD1 e encontraram uma nova mutação no gene MUC1 que pode atuar como marcador precoce da doença.
“Além da insuficiência renal e dos testes genéticos, não temos muitos sinais iniciais para identificar a doença”, diz o professor associado Jun-Ya Kaimori, nefrologista do Hospital Universitário de Osaka.
Quando ocorre a insuficiência renal, os pacientes geralmente ficam com opções de tratamento radicais e invasivas, como diálise ou transplante. “A doença renal MCKD1 é causada por uma única mutação no gene MUC1 descoberto em 2013”, diz o professor Kaimori.
A mutação está localizada em uma região do gene que inclui um número variável de repetições em tandem (VNTR) rica em GC. Isso, explica Kaimori, dificulta a análise.
“A técnica padrão de análise é o NGS – Sequenciamento de Próxima Geração. A VNTR possui uma estrutura terciária que dificulta a NGS. Mesmo encontrando a mutação, foi preciso muito tempo e esforços para chegar a esse resultado “, afirmou o professor Kaimori.
Em seu último estudo de pesquisa, Kaimori e seus colegas usaram o sequenciamento completo do Exoma para analisar o gene e encontraram uma segunda mutação fora do VNTR.
“A mutação foi uma deleção de apenas dois pares de bases, mas isso foi o suficiente para mudar a estrutura da proteína”.
A mutação MUC1 original foi encontrada devido à colaboração de cientistas dos Estados Unidos e institutos europeus. Quando perguntado por que seu grupo encontrou a mutação, mas a colaboração internacional não, Kaimori respondeu francamente: “Foi uma descoberta inesperada”. Ao contrário da primeira mutação, a localização da nova mutação permitiu aos cientistas estudar ainda mais os efeitos da proteína mutada. Experimentos sugeriram que a mutação interrompe a função de MUC1 e altera sua localização dentro das células. Esta última observação entusiasmou Kaimori, porque sugeriu um biomarcador potencial para diagnosticar pacientes antes da insuficiência renal.
“Nós descobrimos que os pacientes apresentavam níveis elevados de MUC1 mutante em exossomos urinários, mas pessoas saudáveis apresentavam MUC1 normal em exossomos urinários. Esses resultados sugerem que podemos usar exossomos urinários em testes não-genéticos para avaliar o risco de MCKD1”.
Veja o artigo: Satoko Yamamoto et al. Analysis of an ADTKD family with a novel frameshift mutation in MUC1 reveals characteristic features of mutant MUC1 protein, Nephrology Dialysis Transplantation (2017). DOI: 10.1093/ndt/gfx083
Osaka University
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