Em Madagascar, um estudo sobre lêmures noturnos (ayes ayes), conhecidos por sua inteligência, dentes de castor e longos e finos dedos médios, pode vir a ser o método do futuro para a conservação de espécies ameaçadas de extinção: análises de genoma, baratas e rápidas.
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Pesquisadores obtiveram e compararam genomas completos de três populações diferentes de ayes-ayes e descobriram que a distinção genética entre os grupos estudados é maior do que a de humanos descendentes da África e da Europa, sugerindo que a população merece uma maior atenção conservacionista.
“É a onda do futuro”, disse Patricia Wright, da Universidade de Nova Iorque, antropologista e renomada especialista em lêmures. Segundo ela, esse estudo pode esclarecer prévias informações sobre a diversidade genética dos ayes-ayes que podem impactar positivamente os planos de proteção de outras espécies.
Os genomas foram obtidos ao custo de 2.800 dólares cada um, graças à moderna tecnologia de sequenciamento de genoma disponível nos últimos cinco anos. Pesquisadores esperam que novas tecnologias farão os preços ainda mais baixos, no futuro próximo.
Ayes-ayes são uma espécie ameaçada de extinção em parte por que os nativos acreditam que eles trazem azar e os matam assim que são avistados. Essas ameaças, assim como a larga distribuição geográfica, que diminui a densidade populacional da espécie,afetando a taxa de reprodução, fazem dos ayes-ayes o alvo principal para testar a capacidade de análise do genoma para subsidiar decisões administrativas para a preservação de espécies.
As ferramentas de sequenciamento genético disponíveis para os conservacionistas dependiam de ‘enormes recursos financeiros’, disse George Perry, antropologista da Pennsylvania University, que liderou o estudo. Ele e colegas publicaram o método utilizado na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences.
“Embora a descoberta de uma população geneticamente diferente de ayes-ayes, no norte de Madagascar, seja uma informação nova, ela se encaixa com estudos anteriores, sugerindo que a região é geneticamente isolada e, portanto, cheia de criaturas geneticamente distintas”, disse Perry.
“Isso significa que se preservarmos esses habitantes em Magascar, provavelmente estaremos preservando não apenas a população de ayes-ayes, mas outras populações de outras espécies também”.
Fonte: http://science.nbcnews.com/_news/2013/03/25/17451426-aye-aye-sequence-genomes-to-save-species?lite