Uma equipe de pesquisadores internacionais descobriu dois novos genes ligados ao transtorno bipolar. O estudo, que será publicado na revista Nature Communications, analisou o material genético de cerca de 24 mil pessoas, revelando cinco “regiões de risco” no DNA humano associado à doença. mascaras_gregas_2
Dois desses genes – ADCY2 no cromossomo cinco e MIR2113-POU3F2 no cromossomo seis – são as novas descobertas.
Pesquisadores estão especialmente interessados no gene ADCY2, que codifica uma enzima envolvida na condução dos sinais para os neurônios. Cientistas observaram previamente que a transmissão do sinal em certas regiões do cérebro é muito fraca em pessoas portadoras do transtorno bipolar.
Para o estudo, os pesquisadores obtiveram uma nova base de dados genéticos de 2.266 pessoas com desordens bipolares, e 5.028 de pessoas do grupo controle. Quando essa informação foi incorporada aos dados já existentes do Instituto de Genética Humana, o DNA de um total 9.747 pacientes foi comparado ao de 14.278 pessoas.
“A investigação dos fundamentos genéticos da desordem bipolar nessa escala é única no mundo até agora”, disse a cientista Marcella Rietschel do Central Institute of Mental Health of Mannheim, na Alemanha.
Pesquisadores disseram que esse é um estudo ‘sem paralelos’ porque envolveu um número de pacientes sem precedentes de várias partes do mundo.
Cerca de 1% da população mundial sofre de transtorno bipolar, caracterizado por mudanças de humor. Pacientes vão de extrema euforia e hiperatividade – ou fases maníacas – a extrema depressão. Cientistas vem tentando entender o papel  que a genética, além dos fatores ambientais entre outros, desempenha no desenvolvimento da doença.
Os pesquisadores dizem que a identificação de genes relacionados ao transtorno bipolar é como “procurar uma agulha num palheiro.” Diferenças entre o DNA de pessoas com a doença e indivíduos saudáveis pode ser estatisticamente confirmadas quando um grande número de amostras é envolvido, como foi o caso deste estudo.
Os pesquisadores também confirmaram três outras regiões genéticas de ‘risco’ associadas ao transtorno bipolar, que tinham sido descritas em estudos prévios. “No entanto, essas regiões foram ‘estatisticamente melhor confirmadas’ neste estudo”, disseram.
O estudo foi conduzido sob a direção dos cientistas da University of Bonn Hospital e do Central Institute of Mental Health em Mannheim, na Alemanha, bem como da University of Basel Hospital na Suíça.
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