“Genes espertos” associados à inteligência humana foram identificados pela primeira vez. Mas os cientistas dizem que apenas ‘arranharam’ a superfície deste assunto, uma vez que há, potencialmente, milhares de genes relacionados ao QI ainda a serem descobertos.
Estudos realizados com gêmeos e famílias já indicaram que diferenças na performance cognitiva é genética, mas quais os exatos genes associados ao QI permanecia um mistério.
Resultados de um grande estudo internacional (Austrália, Europa e América) com 126 mil pessoas identificou três variações genéticas associadas à inteligência.
A equipe de pesquisadores também identificou quatro genes específicos que influenciam a performance cognitiva. Cada gene está associado a um determinado trajeto no cérebro relacionado ao principal mecanismo celular de aprendizado e memória.
Humanos tem cerca de 20 mil genes no seu genoma. Os quatro genes identificados parecem estar entre os vários genes ‘espertos’ que estão com certeza associados à inteligência.
O geneticista Beben Beyamin, do Instituto do Cérebro de Queensland, na Australia, disse que cada gene identificado teria um impacto minúsculo na pontuação geral da inteligência. Mas coletivamente todos os genes que influenciam a inteligência fazem uma diferença.
As três variações genéticas identificadas no estudo como tendo um impacto na inteligência adicionaram cerca de dois pontos na escala do QI.
Na escala, 100 pontos é a média na performance do QI. Se uma pessoa tem cada uma das três variações identificadas, isso lhe daria uma vantagem de apenas 1.8 pontos.
“Isto provavelmente não significa muito em termos das diferenças do dia a dia”, disse o Dr. Benyamin. “Mas significa para nós que não existe isso de um grande gene afetando a inteligência”.
As aplicações dos achados nesse estudo tem outras implicações, inclusive para o estudo de condições degenerativas como demência e doença de Alzheimer, que reduzem a performance cognitiva.
De forma mais ampla, a inteligência tem uma influência sobre estilo de vida.
“Muitas coisas estão positivamente correlacionadas ao QI, como renda, performance no trabalho e saúde”, diz o Dr. Benyamin.
Participantes no estudo tiveram seu DNA analisado e comparado com seus resultados educacionais.
O estudo foi publicado na revista científica PNAS na última terça-feira, dia 9 de setembro de 2014.
Fonte: http://www.smh.com.au/technology/sci-tech/scientists-discover-smart-genes-20140908-10dz6n.html