Veículo: Portal da Revista Crescer
Data: 22 de março de 2017
Assunto: Fertilização in Vitro
Link: http://revistacrescer.globo.com/Gravidez/Planejando-a-gravidez/noticia/2017/03/fertilizacao-vitro-respostas-para-duvidas-mais-frequentes.html
Fertilização in vitro: respostas para as dúvidas mais frequentes
Entenda mais sobre esse método de reprodução assistida
Por Maria Clara Vieira – atualizada em 22/03/2017 14h22
Alguns casais engravidam com muita facilidade. Outros, não. Felizmente, há um bom tempo a ciência já sabe como resolver isso. Os desafios para conceber um bebê naturalmente podem ser superados com a técnica da fertilização in vitro, também conhecida pela sigla FIV.
O que é a FIV?
É um processo em que a fecundação (encontro do óvulo com o espermatozoide) ocorre fora do útero materno, em laboratório. Depois, o médico transfere o embrião para o útero da mulher.
Por que ela é necessária?
Porque alguns casais apresentam problemas de fertilidade e não conseguem engravidar naturalmente. Estimativas apontam que, no geral, em 40% dos casos o problema é com o homem, em outros 40% é com a mulher e, em 20%, é com ambos.
Quando recorrer à FIV?
A recomendação geral é que mulheres de até 35 anos tentem engravidar naturalmente por um ano. Se após esse período o casal não obteve sucesso, é preciso investigar o motivo. Para mulheres com mais de 35, as tentativas naturais devem acontecer por seis meses. Se nesse meio tempo a gestação não acontecer, procure um especialista para avaliação. Pode ser, por exemplo, baixa reserva ovariana da mulher (poucos óvulos disponíveis) ou problemas de qualidade e quantidade dos espermatozoides do homem, entre outras questões – mas isso não quer dizer, necessariamente, que a FIV é a única saída. Às vezes, fazer uso de comprimido indutor de ovulação basta para engravidar naturalmente.
Quais são as etapas da FIV?
O primeiro passo é o tratamento com injeções de hormônio na barriga, para estimular a produção de vários óvulos ao mesmo tempo. Feito isso, eles são coletados por via vaginal, com a paciente sedada. O médico, com a ajuda de ultrassom e agulha, retira os óvulos e os envia para o laboratório. Lá, esses óvulos são fecundados com os espermatozoides (que podem ser doados ou do próprio companheiro da mulher). O geneticista acompanha a divisão celular diariamente para ver o crescimento do embrião. Depois, é só fazer a transferência para o útero materno. Isso costuma acontecer até o quinto dia após a fecundação. Enquanto tudo isso se passa no laboratório, a mulher toma mais injeções de hormônios para preparar o útero para a gravidez. Todo esse processo dura cerca de 20 dias se o embrião for transferido fresco (sem ser congelado). Outra opção é congelar os embriões para implantar no futuro (eles podem ficar congelados por quantos anos forem necessários).
Quantos embriões são transferidos para o útero materno?
Em mulheres de até 35 anos, os médicos só podem transferir dois embriões de uma vez. Acima dos 35, como a taxa de sucesso diminui, pode haver transferência de três ao mesmo tempo.
Se uma FIV não deu certo, em quanto tempo é possível tentar novamente?
Na teoria, no mês seguinte já é possível tentar de novo. Porém, o ideal é esperar de dois a três meses, para que o corpo possa se recuperar de toda a carga hormonal que recebeu.
Qual é o preço médio de uma FIV?
Varia muito de uma região para outra. Há desde clínicas que oferecem a técnica por R$ 8 mil até aquelas que cobram R$ 30 mil por um ciclo de FIV. O SUS também disponibiliza esse tipo de tratamento gratuitamente, como no Hospital Pérola Byington, em São Paulo (SP).
Qual é a idade máxima para uma mulher se submeter à FIV?
O Conselho Federal de Medicina defende 50 anos como a idade limite para a mulher passar por uma FIV. Porém, a entidade afirma que a paciente mais velha do que isso pode fazer o tratamento, desde que ela asuma, junto com o seu médico, os riscos dessa gravidez tardia.