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O Atlas das Proteínas Humanas levou 12 anos para ser completado.

Finalizado após 12 anos de trabalho: um atlas pictórico dos blocos de proteínas de todo o corpo humano. Um total de 13 milhões de imagens foram colecionadas em uma base de dados compartilhada numa colaboração que envolveu instituições como o ‘KTH Royal Institute of Technology and Uppsala University, na Suécia.
‘Esta quase completa lista das proteínas do corpo é uma grande fonte de pesquisa”, disse Mathias Uhlén, professor do instituto KTH, durante a coletiva de imprensa realizada para o lançamento do atlas protéico.
Este atlas é de uso livre para qualquer um que queira conhecer mais sobre as cerca de 20 mil proteínas encontradas no corpo humano. ‘Onze anos atrás, os genes humanos foram mapeados. Esta é a continuação daquele projeto. Se você imaginar os genes como o desenho de uma casa, as proteínas são os tijolos que formam a casa’, explica Mathias Uhlén.
O processo de mapeamento mostra que as proteínas humanas são expressadas em todos os maiores órgãos e tecido – como o cérebro, coração, fígado e rins – e também mostra quais proteínas são expressadas nas células.
Para realizar o projeto, os pesquisadores do KTH desenvolveram anticorpos que podem encontrar determinada proteína. O próximo passo foi testar os anticorpos em amostras de tecido no Departamento de Imunologia, Genética e Patologia na universidade de Uppsala.
Os resultados foram então escaneados e coletados numa base de dados compartilhável, que está aberta para o uso de quem quiser. Nas imagens, as proteínas são claramente visíveis, todas coloridas na cor marrom.
É possível dar um zoom e examinar as imagens em detalhes na Internet, como se fosse um microscópio no computador. O pesquisador pode procurar a proteína e ver aonde ela ocorre, ou buscar por órgão.
Durante o processo de mapeamento, descobriu-se que um certo número de proteínas estão presentes em todas as células – uma espécie de processo de limpeza corporal. Cerca da metade de todas as nossas proteínas estão presentes em todas as células do corpo; essas são conhecidas como ‘proteínas básicas’. Outras proteínas mais comumente ocorrem em um órgão, mas os pesquisadores descobriram que existem relativamente poucas proteínas que são únicas para um determinado tecido.
‘Este é um conhecimento importante para a indústria farmacêutica e pode explicar alguns dos problemas e efeitos colaterais associados com certo fármacos’, disse Mathias Uhlén.
Segundo o professor Fredrik Pontén, do Departamento de Imunologia, Genética e Patologia de Uppsala, este foi um trabalho maravilhoso. ‘Trabalhamos durante 12 anos e criamos algo que será de grande utilidade para muita gente. Foi um fantástico exemplo de trabalho em equipe, com pesquisadores de diferentes áreas da ciência contribuindo para assegurar que o projeto estava sempre sendo desenvolvido na direção certa’.
Quem poderá usar o atlas de proteínas?
‘Além de todos os pesquisadores de ciências básicas, pesquisadores clínicos e da indústria farmacêutica e de empresas de biotecnologia. Espero que o uso destes dados seja útil para a medicina, tanto para encontrar novos medicamento quanto para aperfeiçoar métodos de diagnóstico’.
E parece que mais e mais pessoas estão descobrindo os atlas de proteína. Além dos 300 artigos científicos já publicados no âmbito do projeto, uma média de dois artigos são publicados a cada dia por usuários externos.
Mesmo que o atlas de proteínas possa ser considerado terminado, o trabalho continua. Cecilia Lindskog Bergström, administradora do site da universidade de Uppsala, explica: “Vamos olhar com mais profundidade em tecidos ainda não examinados. Até agora, analisamos 44 diferentes órgãos normais, mas existem outras partes do cérebro e da retina que não foram investigadas e existem ainda as proteínas que não foram encontradas em quaisquer dos tecidos estudados. Vamos também continuar com os atlas do câncer e com estudos mais detalhados dessa pesquisa. ”
Cerca de 30 pessoas estão trabalhando no projeto de Uppsala. O grupo inclui engenheiros, pesquisadores, estudantes de pós doutorado nos campos da biotecnologia, biologia e medicina. O trabalho está atualmente na fase de completar e publicar um grande número de artigos.
Este é o link para o Atlas das Proteínas Humanas: http://www.proteinatlas.org/
Fonte: http://medicalxpress.com/news/2015-04-body-proteins.html